Duzentos bilhões de dólares por ano. Este é o valor, calculado pelo Banco Mundial, da soma de vários fatores, como o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de cidadãos em idade produtiva, maior índice de aposentadorias precoces, aumento de faltas ao trabalho e menor rendimento produtivo. No Brasil, onde a proporção de fumantes chega a 25%, o consumo de cigarros ou cachimbos mata cerca de 200 mil pessoas por ano.
O tabagismo também afeta a economia, representa um prejuízo grande aos cofres públicos. Pesquisas no mundo inteiro revelam que fumantes gastam 3,6 vezes mais com o tabaco do que com educação, por exemplo. Por isso, outro fator importante a ser considerado em termos de economia são os gastos individuais e familiares com o tabaco. Muitos chefes de família de baixa renda desviam o dinheiro destinado a alimentos, moradia, educação e saúde para a compra de cigarros.
Desde o dia 1º de maio o cigarro está mais caro (20% os comuns e 25% as marcas ‘premium’), em decorrência do aumento dos impostos. Na verdade é uma manobra econômica: a medida vai bancar parte dos incentivos às montadoras de automóveis e ao setor da construção civil, que terão desoneração de impostos. Devido a esse aumento a vida da fumante Rosane Prase foi atingida diretamente. Rosane tem 27 anos, é estagiária em uma empresa de comunicação e relata que durante um tempo, por morar sozinha e não receber um bom salário teve que abdicar do vício para aquisição de um bem necessário para sua profissão, no caso um notebook. "Na época que parei de fumar, foi exatamente, pela falta de dinheiro. Gastava em média R$ 100 por mês, ou seja a prestação do meu laptop. Hoje eu ainda sinto os reflexos no meu bolso, isso que não sou uma fumante descontrolada, fumo uma carteira a cada três dias", afirma Rosane, que há um mês voltou a fumar.
A Receita Federal afirma que a redução representa uma perda de R$ 1,68 bilhão em 2009, enquanto a elevação da carga tributária sobre cigarros reforçará a arrecadação em R$ 975 milhões. Com isso o governo deixará de arrecadar este ano R$ 3,08 bilhões. Nas palavras do ministro da Fazenda Guido Mantega: "É bom para a saúde daqueles que fumam, pois é melhor que sintam no bolso do que no pulmão”.
O Brasil perde muito na arrecadação de impostos com o cigarro devido ao contrabando. O produto é ilegalmente importado sem pagamento dos devidos tributos.
Formas de burlar a Receita:
-Até 1998, as empresas faziam operações fictícias de exportação para fugir da elevada carga tributária, superior a 70%. Ao fazer a declaração de exportação, a indústria se livrava dos impostos, mas vendia o produto no mercado interno.
-Com a imposição de imposto de 150% sobre as exportações, 11 das 13 indústrias brasileiras montaram filiais no Paraguai.
-Número de indústrias de cigarros no Paraguai saltou de duas, em 1995, para 22 atualmente e outras sete estão em instalação.
-Uruguai e Paraguai produzem, por ano, 56 milhões de unidades de cigarros e só consomem oito mil. Boa parte da produção entra ilegalmente no Brasil.
Mortes e prejuízos
Acaba de ser lançada a terceira edição do Atlas do Tabaco (Veja a ilustração feita pelo jornal O Estado de São Paulo), uma publicação da Associação Norte-Americana do Câncer. O atlas estima que o tabaco vá matar 6 milhões de pessoas a cada ano e drenar US$500 bilhões da economia mundial. Segundo a publicação, o tabaco está devastando tanto a saúde quanto a economia global.
O valor anual de meio trilhão de dólares é superior a todos os gastos com saúde de todos os países pobres e em desenvolvimento considerados em conjunto. Os custos econômicos também decorrem da perda de produtividade, desvio de recursos, taxações ineficazes e das mortes prematuras em decorrência das doenças causadas pelo fumo. O tabaco também afeta a produção de alimentos: o fumo ocupa quase 4 milhões de hectares de terras agricultáveis em todo o mundo.
A dona do mercado
Líder absoluta no mercado brasileiro de cigarros, a Souza Cruz é subsidiária da British American Tobacco, o mais internacional dos grupos do segmento, presente em 180 países. Fundada em abril de 1903, no Rio de Janeiro, a Souza Cruz atua em todo o ciclo do produto, desde a produção e processamento de fumo, até a fabricação e distribuição de cigarros.
Na produção, cerca de 40 mil famílias de produtores integrados recebem sementes, insumos, assistência técnica e garantia de compra da safra. No fim da cadeia produtiva, mais de 247 mil varejos, em quase cinco mil municípios do Brasil, são atendidos diretamente pela companhia.
A indústria do fumo em números
Faturamento - R$ 6 bilhões por ano
Arrecadação de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) PIS (Programa de Integração Social) - R$ 2,4 bilhões
Perda em tributos federais com as irregularidades - R$ 1,2 bilhão por ano
da onde vem a fonte?
ResponderExcluirHoje vejo que quem compram é o varejitas esse produto ilegal, temos é que ter uma ação no ponto de venda, onde este será multado e seu alvara não será renovado, mas isso só sera possivel se a receita federal trabalhar em conjunto com a receita estadual e municipal.Perdemos muito com esse contrabando e ate hoje nada tem se feito nos pontos de vendas.
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